O EGO E O DESPERTAR DA MENTE

 Após uma experiência de realização, notamos mudanças na mente. A não divisão mental indica a ausência de conflitos internos, onde muitos enfrentam pensamentos opostos, como querer fazer algo e sentir que não devem. Uma mente dividida vive em constante contradição, oscilando entre extremos como bom e mau, certo e errado. Essa polarização gera a sensação de divisão mental. Com o despertar, percebemos que essa dualidade se revela, mostrando que nada no pensamento é verdade absoluta. O despertar traz clareza, permitindo transcender divisões e compreender melhor a realidade. A mente é uma ferramenta valiosa, mas não deve ser confundida com nossa identidade. Ela deve servir a um propósito, não ser a única fonte de entendimento sobre quem somos.

Tudo começa na mente, desde os carros que dirigimos até os prédios que frequentamos. Cada elemento surgiu de um pensamento considerado útil, que se tornou ação. A mente é poderosa, mas frequentemente vista apenas como ferramenta. A percepção da mente molda nossa identidade e autoimagem. Quando despertamos, percebemos que a mente não possui realidade própria; é uma ferramenta utilizável. Um pensamento não é real até se tornar experiência concreta. O pensamento simbólico pode direcionar-se a uma verdade, mas muitos são apenas reflexões. Meditadores questionam: "Devo estar pensando?" Esse questionamento é, por si só, um pensamento. Ao despertarmos mentalmente, percebemos que a mente é vazia de realidade, permitindo-nos transcender ciclos de pensamento e enxergar além das distrações. A meditação ajuda nessa percepção.

A ideia de que a mente está vazia de realidade é um conceito profundo e radical. Embora alguns possam aceitá-lo facilmente, entender que nossa identidade e visão de mundo são construídas pela mente é transformador. Ao perceber que a estrutura do pensamento não reflete a realidade, compreendemos que nossa percepção carece de substância. Esse despertar mental destrói nossa visão de mundo, afetando crenças e condicionamentos. É um processo imprevisível que transforma tanto a perspectiva individual quanto as crenças coletivas da humanidade. O reconhecimento da ilusão na mente é essencial para entender a verdadeira realidade. Todos construímos um mundo particular e, ao desmoronar inverdades, encontramos a iluminação, revelando que as maiores invenções são, na essência, sonhos infantis. Essa transformação é como abrir uma cortina, revelando a verdade por trás das aparências.

Ver a estrutura da mente é uma experiência surpreendente. Ao perceber que nossas verdades são parte de um sonho, enfrentamos um choque. Muitos desejam conhecer a realidade, mas quando ela aparece, desafia nossas concepções e destrói imagens mentais. Essa nova percepção transforma nossa visão de mundo, deixando-nos em um vazio que nos obriga a reavaliar o que sabemos. Sem apoio, refletimos a ausência de estruturas mentais. Essa libertação permite que nossa essência brilhe, mas a liberação total não é instantânea; as ilusões desmoronam gradualmente. Um despertar autêntico revela que a mente pode cooperar com a percepção, mas a verdade não pode ser totalmente conceituada. A mente deve ser um instrumento para direcionar, mantendo-se aberta à verdade.

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